segunda-feira, 21 de abril de 2008

Cicatrizes!


Um vazio constante me assola…
De carácter já permanente,
Demasiado insistente…

Oh vazio porque não me queres deixar?
Porquê eu?
Porque não escolhes tu outra pessoa para incomodar?


Vazio, sei que não devo esta solidão apenas a ti…


Com certeza meu passado,
Para o qual muitas vezes olho magoado,
Terá também sua cota parte de culpado.
Um destino que eu mesmo escolhi,
E que de tão cinzento que foi,
Daria muita linha
Para escrever um Negro Fado…


Maldita a hora que contigo me cruzei,
E me entreguei de alma e coração,
Ao que hoje percebo ser,
Tempo desperdiçado.
E por mais que eu tente atrás voltar,
para o remediar…
O Destino me dirá,
Segue em frente, porque…
O que está para trás…Nunca poderá ser mudado…


Deixas-te um rasto de destruição,
Cicatrizes profundas e muita escuridão…
Hoje tenho um coração emparedado…
E mil muralhas o resguardam,
Tentando que não volte a ser magoado…


Mas como voltarei a amar?
Se cada vez que me cruzo com um novo alguém,
Me dizes: Não!
Serás de novo um jogo,
Nas mãos de quem apenas te quer
Fazer passar por bobo
E depressa me deixas envolto,
Em silêncios e numa aparente timidez
Que nada têm a ver comigo…


A ti minha cara-metade,
Que espero que existas,
Digo-te que te aguardo com muita ânsia…
Fulgor e paixão…
E se de mim tentares aproximar,
E apenas silêncios notares…
Não desistas…são apenas cicatrizes…
Mas sei que as vais conseguir apagar…
E mostrar que alguém consegue curar
Este coração ensombrado…


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