
Desde que nasces, é-te incutido uma serie de saberes que te vão acompanhando ao longo do percurso que representa a nossa insignificante existência…
Dessa quantidade imensurável de regrazinhas sociais…que tem ensinam a postura com que deves estar em determinadas situações, como te deves comportar a uma mesa, como te deves trajar em certas e determinadas ocasiões…entre muitas outras coisas…também, desde muito cedo te vão mostrando o caminho que supostamente deves seguir para atingir a tua independência…para como acontece com os pássaros…comeces a voar sozinho e deixes o ninho que até agora te acolheu…e que agora já se torna demasiado exíguo para a tua ânsia de conheceres novos mundos…
Pois é…já voei há alguns anos do meu ninho materno…e não paro de dar cabeçadas…
Não há nada mais frustrante, que alguém te perguntar “és de onde”…e não saberes muito bem que responder…porque lá no fundo não te sentes de lado nenhum…
E hoje mais uma vez sinto que a cidade que agora me acolhe…não é aquela em que quero estar…não me sinto feliz aqui…sinto-me a mais na casa onde hoje habito…e odeio o trabalho que tenho…
Se me dissessem agora…vem para a China…não olharia para trás…
Sou capacho do meu trabalho…que me suga a minha sanidade até ao tutano…que me suga cada vez mais a minha parca saúde…em que a minha vida nada mais se resume…ao infeliz percurso casa trabalho…trabalho casa…em que tenho horários marados…que me condicionam o resto da minha vida…e que me remete para uma realidade que pensei não voltar a viver…de uma solidão cada vez mais latente…nas várias horas que passo sozinho…porque não tenho horários normais como o comum dos mortais…
E para quê?? Para ganhar uns fabulosos 530€…o montante é tão elevado, que inclusivamente penso contratar os serviços de um contabilista para fazer a gestão de tão avultada quantia…
Mas pronto lá vais levando…porque como muita gente te diz “ao menos tens trabalho” e voltas para casa e encostas a tua cabeça na tua almofada…e pensas, amanhã é outro dia…e vais enfrenta-lo de cabeça erguida…
Mas agora que fazes quando não podes encostar a cabeça ao almofada?
Não, não foste assaltado e levaram-te a almofada…mas pode sempre acontecer-te o que me aconteceu a mim…chegares a casa depois de uma viagem já por si só longa e cansativa…e pensas…bem vou chegar, guardar as minhas coisinhas no frigorifico que trouxeste da casinha da mamã e depois caminha…
Mas chegas e bates com o nariz na porta, porque tens a porta de casa que vives, trancada pelo lado de dentro…e por mais voltas que dês voltas à chave…esta nunca se irá abrir…mesmo que magia utilizes…
Era só o que me faltava…sentir-me um estranho na própria casa onde moro…sim porque foi assim que me senti…aliás nem como estranho me senti…senti-me como se nem casa tivesse…
Está mais que na altura de ter a minha própria casa…o meu próprio ninho…contudo continuo a fazer aquela vidinha de estudante…em que divido a casa com terceiros…com aquelas aborrecimentos habituais de quem partilha uma casa…em que até podem ser teus amigos…mas não são tua família…e mais tarde ou mais cedo…vais sentir…que não é ali o teu lugar…
Pois é…sinto que já não tenho casa…e mais uma vez me vejo a aumentar o asco e ódio que nutro pela cidade que me acolhe…Odeio-te Aveiro…
E se dizem que um homem não chora…não serei homem então…porque não tenho vergonha nenhuma de assumir que enquanto escrevo estas linhas, estou a chorar…
Dessa quantidade imensurável de regrazinhas sociais…que tem ensinam a postura com que deves estar em determinadas situações, como te deves comportar a uma mesa, como te deves trajar em certas e determinadas ocasiões…entre muitas outras coisas…também, desde muito cedo te vão mostrando o caminho que supostamente deves seguir para atingir a tua independência…para como acontece com os pássaros…comeces a voar sozinho e deixes o ninho que até agora te acolheu…e que agora já se torna demasiado exíguo para a tua ânsia de conheceres novos mundos…
Pois é…já voei há alguns anos do meu ninho materno…e não paro de dar cabeçadas…
Não há nada mais frustrante, que alguém te perguntar “és de onde”…e não saberes muito bem que responder…porque lá no fundo não te sentes de lado nenhum…
E hoje mais uma vez sinto que a cidade que agora me acolhe…não é aquela em que quero estar…não me sinto feliz aqui…sinto-me a mais na casa onde hoje habito…e odeio o trabalho que tenho…
Se me dissessem agora…vem para a China…não olharia para trás…
Sou capacho do meu trabalho…que me suga a minha sanidade até ao tutano…que me suga cada vez mais a minha parca saúde…em que a minha vida nada mais se resume…ao infeliz percurso casa trabalho…trabalho casa…em que tenho horários marados…que me condicionam o resto da minha vida…e que me remete para uma realidade que pensei não voltar a viver…de uma solidão cada vez mais latente…nas várias horas que passo sozinho…porque não tenho horários normais como o comum dos mortais…
E para quê?? Para ganhar uns fabulosos 530€…o montante é tão elevado, que inclusivamente penso contratar os serviços de um contabilista para fazer a gestão de tão avultada quantia…
Mas pronto lá vais levando…porque como muita gente te diz “ao menos tens trabalho” e voltas para casa e encostas a tua cabeça na tua almofada…e pensas, amanhã é outro dia…e vais enfrenta-lo de cabeça erguida…
Mas agora que fazes quando não podes encostar a cabeça ao almofada?
Não, não foste assaltado e levaram-te a almofada…mas pode sempre acontecer-te o que me aconteceu a mim…chegares a casa depois de uma viagem já por si só longa e cansativa…e pensas…bem vou chegar, guardar as minhas coisinhas no frigorifico que trouxeste da casinha da mamã e depois caminha…
Mas chegas e bates com o nariz na porta, porque tens a porta de casa que vives, trancada pelo lado de dentro…e por mais voltas que dês voltas à chave…esta nunca se irá abrir…mesmo que magia utilizes…
Era só o que me faltava…sentir-me um estranho na própria casa onde moro…sim porque foi assim que me senti…aliás nem como estranho me senti…senti-me como se nem casa tivesse…
Está mais que na altura de ter a minha própria casa…o meu próprio ninho…contudo continuo a fazer aquela vidinha de estudante…em que divido a casa com terceiros…com aquelas aborrecimentos habituais de quem partilha uma casa…em que até podem ser teus amigos…mas não são tua família…e mais tarde ou mais cedo…vais sentir…que não é ali o teu lugar…
Pois é…sinto que já não tenho casa…e mais uma vez me vejo a aumentar o asco e ódio que nutro pela cidade que me acolhe…Odeio-te Aveiro…
E se dizem que um homem não chora…não serei homem então…porque não tenho vergonha nenhuma de assumir que enquanto escrevo estas linhas, estou a chorar…


